Equilíbrio sobre rodas... Seleção usa skate para recuperação de jogadores
Uniformes de jogo, de treino, bolas... Essa é a bagagem que uma delegação costuma levar nas viagens, principalmente nas mais longas. Desde a semana passada na Argentina para a disputa da Copa América, o grupo da Seleção Brasileira desembarcou com um objeto não muito comum para muitos. Na mala, um skate. Um skate? Isso mesmo. Não se trata de nada para a diversão dos jogadores, mas sim para o uso do departamento de fisioterapia da equipe nacional.

O responsável por auxiliar os médicos José Luís Runco e Serafim Borges na recuperação e prevenção de lesões ou contusões dos atletas é o fisioterapeuta Odir de Souza, que está na Seleção desde 2001. A promoção para a equipe principal aconteceu apenas após a Copa de 2002, disputada na Coreia do Sul e no Japão. De lá para cá, ele não deixou mais o cargo.
Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, o próprio Odir explicou como é utilizada a técnica e admitiu que o procedimento não é algo novo.

- Essa técnica com o skate, utilizado como aparelho, não é tão nova. Começou na década de 90 através de pesquisas. Mostramos que com esse tipo de aparelho você poderia desenvolver melhor a articulação no sentido da obter uma percepção do estímulo pelas articulações. O jogador tinha uma entorse e usávamos esse tipo de técnica para a recuperação. O atleta não vai sair andando de skate. O objetivo é dar instabilidade e que ele faça os movimentos na articulação – explicou o fisioterapeuta.

No grupo atual do técnico Mano Menezes, as técnicas de Odir foram pouco utilizadas. Por conta de pequenas lesões musculares, os volantes Ramires e Sandro passaram pelas mãos do fisioterapeuta. Na Argentina, além do skate, o profissional levou uma tábua de equilíbrio e uma cama elástica. Tudo para ajudar os atletas caso aconteça algum tipo de problema durante a Copa América.

O curioso é que alguns atletas já saíram andando com o skate pela concentração. Foi o caso do meia Rodrigo Beckham, ex-Botafogo e Vasco.

- Jogador você sabe como é, né? No Botafogo, quando eu trabalhava lá, sempre tem um que gosta de andar de skate. O Rodrigo surfista, de Santos, adorava ficar em cima do skate. Mas é preciso tomar cuidado para não ter o risco de o atleta se machucar com uma queda – disse o profissional, que costuma orientar os atletas até mesmo quando eles estão em seus clubes.

Odir revelou o caso de dois atletas que estão no atual grupo da Copa América que já passaram por tais procedimentos sob os seus cuidados. São os casos do meia Elano, na Copa do Mundo de 2010, e do atacante Fred, na Copa América de 2007. O problema é que os dois tiveram contusões ósseas e não tiveram tempo hábil de recuperação para entrar em campo defendendo a Seleção Brasileira.

- O Elano na Copa do Mundo. Fizemos muito esse trabalho esse trabalho com ele, mas foi um tipo de lesão que dentro da evolução se descobriu que era um edema ósseo. No Pré-Olímpico de 2004, o Elano também teve um problema de tornozelo e o tratamos por aqui. O Fred em 2007 quando esteve na Copa América. Ele fraturou, mas trabalhamos a sua recuperação – relembrou Odir de Souza.

O fato de trabalhar com os atletas fora da Seleção também facilita no momento em que o grupo se apresenta para defender a equipe nacional.

- Facilita muito. O trabalho que eu faço é em conjunto com o Runco. Ele me leva para ver as cirurgias. O meu trabalho já começa ali. O atleta já sabe que está sendo acompanhado e é passado tudo para uma equipe. Até mesmo para o Mano convocar é feito dessa forma. Ele tem ideia de com quem estamos fazendo o trabalho. O treinador pode ter a ideia de convocar um atleta que não esteja em uma condição. Nós podemos falar para ele convocar que nós colocamos em condição - finalizou.

Se depender do trabalho de Odir e do departamento de fisioterapia da Seleção, coordenado por Luiz Alberto Rosan, o time canarinho tem tudo para levantar mais um caneco na Argentina.
Fonte: globoesporte.com

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